domingo, 6 de novembro de 2016

A DIOCESE DE MACAPÁ


Éramos o grupo de jovens da cidade, representando o Oiapoque no encontrão anual da juventude católica amapaense, na capital Macapá. Não me recordo com precisão o tempo exato de tais acontecimentos, mas palpitarei entre os anos de 2005 a 2006, época que tinha em torno de 16 a 17 anos.

Tinha 15 anos quando me envolvi com o grupo de jovens da comunidade São Benedito, e o grupo de jovens chegou na minha vida numa ocasião muito oportuna, pois estava passando por um momento delicado. Com passar dos anos vimos uma juventude se levantar na igreja católica, havia jovens se reunindo nas cinco comunidades da igreja: Nossa Senhora das Graças, São Benedito, São Raimundo Nonato, Pertinho do Céu e no INFRAERO. A Pastoral da juventude ganhou cara novamente, havia muito envolvimento, muitas atividades, guiados por um coordenador que gostava do que fazia.

E nessas circunstâncias de dedicação, a paróquia decidiu enviar uma caravana de jovens para representar a cidade na capital. Em Macapá ficamos alojados num dos recintos da igreja, localizado no bairro Jesus de Nazaré, na diocese de Macapá. Era um lugar muito grande, com a igreja na frente e atrás um grande terreno. O local agrupou jovens das diversas regiões do Amapá. O lugar era maravilhoso, com uma paisagem arborizada, ventilado e muito calmo. As programações do encontro foram realizadas de várias maneiras, dentro e fora do alojamento.

De um modo geral foi uma experiência e tanto esse deslocamento de cidade, está entre jovens de outras regiões, que compactuavam do mesmo entendimento de fé. Mas presenciei nesse retiro jovens se edificando, ao mesmo tempo jovens em atitudes reprováveis como nos encontros causais as escondidas. Contundo, um fato inexplicável me marcou nesse encontro, fato que não tive coragem de compartilhar com o grupo que estava comigo, e nem com ninguém, só depois de anos que relatei sobre isso.

Era um domingo de manhã, o ultimo dia do encontrão, havia uma missa programada dentro do alojamento, num local reservado para missas ou eventos afins, era um grande salão na verdade, atrás desse salão havia outra sala, uma espécie de capelinha. Houve uma ocasião  em que precisava  de ajuda para trazer algumas cadeiras especificas para o salão, juntamente com meus amigos nos disponibilizamos para ajudar e adentramos a capelinha, logo que entrei fui tomado por uma sensação muito estranha, e que gerava um temor que ia crescendo em mim.

Fiz duas entradas nessa sala. Na primeira meu corpo logo sentiu essa estranha vibração, mas sair acompanhado e deixei as duas cadeiras no salão e a sensação logo tinha cessado, mas tive que retornar, e infelizmente só restavam duas cadeiras e que eu devia pegá-las. Dessa vez entrei sozinho e aquela vibração logo me possuiu. Na primeira entrada, tomado pelo o medo não me atrevi a contemplar aquela capelinha, mas na segunda entrada me aventurei a olhar mais detalhadamente tudo ao meu redor. Tudo parecia normal até que ao levantar a cabeça vi uma grande pintura na parece, nesta pintura havia os seus detalhes, porém uma única imagem chamou a minha atenção, uma grande cruz e nela a pintura de um homem, sim simbolicamente o Cristo. O meu olhar foi de encontro ao seu, e em seguida perdi as forças, cair como morto de joelhos e cabeça no chão. Não conseguia me levantar e não me atrevia a olhar para aquele homem, era como um esquadrilhamento do meu intimo, e ver todas as coisas sujas que estavam lá. Aos poucos via me recompondo, levantei, peguei as duas cadeiras e sair da capela sem olhar para a imagem, tão assombrado que não via hora de partir desse encontrão e sair desse lugar. De longe olhava a porta da capelinha do salão sem nenhum interesse, nem mesmo pela missa celebrada pelo o bispo Dom Pedro José Conti.

Quando tudo terminou, voltamos para o Oiapoque, cada um marcado de alguma forma pela experiência de um encontrão juvenil. Nunca comentei com eles sobre esse incidente, depois de anos que mencionei para alguns esse relato, numa daquelas conversas sobre a vida. Porém ainda hoje não encontrei uma explicação para isso. Seria algo do bem ou do mal? Uma visitação de luz ou das trevas?

O fato é que sucumbi, na bíblia há relatos como o de João que caiu como morto na visitação de Jesus em Apocalipse. Eu tenho uma linha de raciocínio ao meditar minha vida de maneira geral e que compartilho na oportunidade de uma boa conversa sobre o mundo metafísico. Mas ainda hoje me recordo desse dia, em que um adolescente sucumbiu ao se deparar com uma imagem daquela, seguido antecipadamente por uma estranha sensação.

                                                       Autor Anônimo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário